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Resumo
Vegetal Reality Shelter é um sistema imersivo, criado com base em sons e imagens da natureza e na interação com plantas. Este trabalho é fruto de uma vivência na Floresta Amazônica organizada pelo LABVERDE, ocorrida durante os 10 dias do programa de residência artística na Reserva Florestal Adolpho Ducke. Trata-se de um pequeno domo imersivo (abrigo) com base na geometria de guarda-chuvas. Contém um pequeno sistema hidropônico com plantas, 6 canais de áudio e projetor de vídeo combinado a espelho esférico para projeção em domo. No interior do abrigo plantas são monitoradas quanto a resposta galvânica de suas folhas, que se altera segundo a respiração do visitante, quando este entra no espaço e interage com o sistema. Os dados monitorados nas plantas são utilizados para modificar a paisagem sonora e imagens da floresta em formato espelhado.
Conceito
VRS nasceu da ideia de criar um sistema que permitisse ao visitante uma experiência virtual da natureza, das plantas, a partir de imagens em movimento e sons. Algo que remetesse a dimensão da floresta e o efeito que esta exerce sobre nós quando a penetramos. Contudo, trata-se também de um diálogo mediado pelo contato direto com uma planta, posto que esta é a principal interface da experiência que ocorre a partir da presença do visitante dentro do domo e o ato de respirar. Ao respirar este visitante altera, através do sistema híbrido planta – microcontrolador, a modulação de elementos sonoros pré-gravados na floresta, assim como imagens caleidoscópicas projetadas no domo. Este abrigo de realidade vegetal, como o chamamos, busca ainda servir ao visitante de dispositivo imersivo para promover uma experiência de alteração de seu estado de consciência, inspirada nas vivências shamânicas com plantas de poder.
Técnica
O trabalho é baseado numa estrutura em formato de domo esférico, criada a partir da combinação de 5 guarda-chuvas acoplados geometricamente para assegurar a forma. No centro do domo é situado um espelho esférico que projeta no seu interior imagens vindas de um projetor externo preso à estrutura de base. Espelhamento esférico é a forma mais barata e eficiente de projeção em formato domo (360º) sem uso de lentes especiais. No interior do abrigo, próximo ao espelho, encontram-se plantas cultivadas através de hidroponia, as quais tem suas folhas monitoradas através de um sensor customizado para leitura de resposta galvânica. O acoplamento planta/sensor galvânico é o coração de um sistema híbrido que gerencia a projeção de vídeos e sonoridades dentro do domo. Quando o visitante entra no espaço interno do abrigo e respira próximo a planta monitorada, vídeos são disparados e sons da floresta ecoam no espaço. Entre os acoplamento dos guarda-chuvas que constituem o domo as imagens de vídeo vazam e são projetadas na sala na qual o trabalho é instalado. Por este motivo obra oferece duas experiências visuais, uma interna ao domo, vivenciada pelo o usuário, outra externa ao domo, acessível a todos os visitantes que observam de fora o trabalho, já que sua superfície de projeção é translúcida. Cada guarda-chuva possui na extremidade de seu cabo um pequeno alto-falante, formando ao todo seis canais de áudio (5 guarda-chuvas e 1 subwoofer na estrutura central) distribuídos dentro do domo. Cada guarda-chuva faz o som refletir internamente e circular pelo abrigo gerando a sensação de estarmos dentro de uma floresta e seus sons. A parte sonora e visual é gerenciada por um mac mini situado externamente ao sistema principal, interligado via cabo hdmi. Para monitoramento remoto de todo sistema é necessário que haja rede de internet com acesso wifi e/ou cabo.
Equipamentos e programas
O sistema utiliza um arduino mega e shield customizado para monitoramento de resposta galvânica. Interface de áudio de 6 canais, alto falantes e mini projetor LED HD de alta luminância. Para processamento de som e imagem utilizamos um mac mini rodando Mac Os, Max/Msp e TeamViewer para acesso remoto ao mac. A estrutura do domo é doda customizada e produzida em 3d, podendo ser desmontada para transporte.
Montagem
O domo de guarda-chuvas tem ao todo cerca de 2 metros de diâmetro e deve ficar suspenso por cabo de aço de 2mm no centro de uma sala de no mínimo 4mts X 4mts e pé direito alto. O recinto deve estar escuro para valorizar ao máximo a projeção cinemática no domo. Os cabos que descem do domo na forma de um cordão umbilical seguem para o mac mini alojado sob uma discreta caixa preta próxima à instalação.
Créditos
Invention and coordination: Guto Nóbrega
Algorithm: Pedro Santos
Soundscape and interaction design: Augustine Leudar - UK
3D modeling and printing: Thiers Freire da Nóbrega
Plants: Patrícia Freire
Video editing: Camila Leite
Technical support: NANO - Núcleo de Arte e Novos Organismos
Exibições
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